O acesso ao crédito será um fator importante no período pós-pandemia e no futuro mais sustentável que se desenha. Instituição pioneira nesta área, o Banco do Nordeste (BNB) tem se empenhado ao longo dos anos nas operações de fomento que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento da região. Na visão do BNB, mesmo com a instabilidade econômica e a tensão internacional neste primeiro trimestre, o ano de 2022 será promissor para aquisição de novos financiamentos.
A principal linha de atuação do BNB é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), instrumento financeiro importante da política de desenvolvimento regional da instituição e que deve ter papel de destaque neste período desafiador para a economia brasileira.
“Com a elevação da Selic, a taxa de inflação (IPCA) projetada acima da meta estabelecida pelo Banco Central, projeção de baixo crescimento do PIB e incertezas relacionadas aos cenários nacional e internacional, a gente acredita que o crédito bancário de longo prazo, com destaque para o FNE/BNB, continue sendo a principal fonte de recursos de terceiros para as empresas. O mercado de capitais deve retomar com força, ou seja, a mesma dinâmica dos níveis de 2018 e 2019, mas só a partir do próximo ano”, avalia Luiz Alberto Esteves, economista-chefe do Banco do Nordeste.
Outro eixo prioritário é o apoio a projetos desenvolvidos no semiárido nordestino. Só em 2021, o BNB aportou R$16,1 bilhões em financiamentos para empreendimentos de todos os portes situados na região. Do total, mais de R$7 bilhões foram destinados a projetos de infraestrutura, essenciais para redução das desigualdades regionais e uma porta de entrada para a equidade no acesso a oportunidades de desenvolvimento.
A vez dos projetos sustentáveis
Projetos que estão em sintonia com o conceito da sustentabilidade estão entre os mais beneficiados. No ano passado, o fomento ao crédito verde resultou em R$6,9 bilhões contratados, com cerca de 12 mil operações realizadas. O destaque vai para o programa de financiamento à sustentabilidade ambiental, o FNE Verde Infraestrutura, que contratou R$6,2 bilhões em ações ligadas à geração de energia eólica e solar.
Outro destaque é na área de micro e minigeração de energia distribuída, com quase 4 mil operações de crédito dentro do programa FNE Sol Pessoa Física, voltado para a geração de energia residencial. Desde a sua criação, em 2019, foram atendidas mais de 10 mil famílias, em 846 municípios. Com o FNE Sol PF, por ano, mais de 65 mil toneladas de gás carbônico deixaram de ser emitidas na atmosfera.
O BNB também tem apoiado projetos de energia limpa para empresas. Segundo a instituição, foram contratados R$186,7 milhões com micro e pequenas empresas, por meio do FNE Sol PJ. Com a iniciativa, elas passaram a gerar sua própria energia de forma sustentável, o que significa redução de custos, aumento de competitividade e impacto positivo para o meio ambiente.
“Energias renováveis tem sido o carro chefe dos investimentos de infraestrutura do BNB. Além desses projetos, vamos focar também no setor de saneamento, que ganhará tração a partir de agora, por conta da aprovação do novo marco regulatório. Acreditamos que todos os bancos de desenvolvimento ao redor do mundo estarão cada vez mais orientados a priorizar projetos estruturantes alinhados à Agenda de Ação de Adis Abeba e a Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). Isso serve tanto para financiamento e estímulo de cadeias, quanto para financiamento de Micro e pequenas empresas e microfinanças urbana e rural”, acrescenta Luiz Esteves.